Vermífugos e antiparasitários para filhotes
- vetnakano
- 1 de mar.
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A vermifugação e o controle de ectoparasitas em filhotes são etapas essenciais para garantir a saúde e o desenvolvimento adequado dos animais. Desde os primeiros dias de vida, cães e gatos estão expostos a diferentes agentes parasitários, tanto internos quanto externos, que podem comprometer seu crescimento e bem-estar.

A administração adequada de vermífugos e antiparasitários deve seguir protocolos bem estabelecidos, levando em consideração a espécie, a idade e as condições ambientais em que o animal vive.
Os vermes intestinais são um problema recorrente em filhotes, pois a infecção pode ocorrer ainda no útero, por meio da placenta, ou logo após o nascimento, pelo leite materno. Entre os parasitas mais comuns em cães e gatos estão os nematódeos, como Toxocara spp. e Ancylostoma spp., e os cestódeos, como Dipylidium caninum e Taenia spp. Esses parasitas podem causar sinais clínicos variados, incluindo diarreia, vômitos, perda de peso, retardo no crescimento e, em infecções severas, quadros de anemia e desnutrição.
A primeira vermifugação geralmente ocorre entre 15 e 30 dias de vida, dependendo do protocolo adotado pelo médico veterinário. O esquema inicial normalmente inclui administrações repetidas a cada duas ou três semanas até a idade de três meses, seguidas de reforços mensais até os seis meses de idade.
Posteriormente, recomenda-se a vermifugação trimestral ou conforme orientação veterinária. Os medicamentos disponíveis no mercado variam em formulação e espectro de ação, sendo os mais utilizados os à base de pamoato de pirantel, fenbendazol, febantel e praziquantel, entre outros. O peso do filhote deve ser sempre levado em consideração para o cálculo correto da dose, evitando subdosagem, que pode não eliminar completamente os parasitas, ou superdosagem, que pode causar efeitos colaterais adversos.
Além dos vermes intestinais, os ectoparasitas, como pulgas, carrapatos e ácaros, representam uma preocupação para os filhotes, pois podem ser responsáveis por doenças dermatológicas e sistêmicas, como a anemia por infestação severa de pulgas, erliquiose e babesiose transmitidas por carrapatos, além da sarna demodécica ou sarcóptica. A aplicação de antiparasitários externos pode ser iniciada já nas primeiras semanas de vida, respeitando as recomendações específicas de cada produto.
Existem diferentes formulações disponíveis, incluindo sprays, pipetas, coleiras e comprimidos mastigáveis, sendo os princípios ativos mais utilizados a fipronila, permetrina (somente para cães), selamectina, fluralaner e afoxolaner.
Em filhotes muito jovens, o controle de ectoparasitas deve ser realizado com cautela, pois alguns princípios ativos podem ser tóxicos para animais abaixo de uma determinada idade ou peso. Nesses casos, banhos com produtos específicos e a limpeza frequente do ambiente podem auxiliar na redução da carga parasitária.
O manejo ambiental também é fundamental para evitar reinfestações, sendo essencial higienizar o local onde os filhotes permanecem, lavando regularmente caminhas, cobertores e brinquedos com produtos apropriados.
A escolha do protocolo ideal de vermifugação e controle de ectoparasitas deve sempre ser feita com orientação veterinária, levando em conta fatores como histórico clínico do animal, exames parasitológicos e risco de exposição. Além disso, filhotes que convivem com outros animais devem receber atenção especial, pois o contato direto facilita a transmissão de parasitas. Tutores devem ser informados sobre a importância da prevenção contínua e da manutenção de um calendário sanitário adequado para garantir a saúde dos filhotes desde os primeiros meses de vida.
Referências bibliográficas
Bowman, D. D. (2020). "Georgis' Parasitology for Veterinarians." 11th Edition. Elsevier.
ESCCAP (2019). "Guidelines for the Control of Intestinal Parasites in Dogs and Cats." European Scientific Counsel Companion Animal Parasites.
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