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Vermífugos e antiparasitários para filhotes

A vermifugação e o controle de ectoparasitas em filhotes são etapas essenciais para garantir a saúde e o desenvolvimento adequado dos animais. Desde os primeiros dias de vida, cães e gatos estão expostos a diferentes agentes parasitários, tanto internos quanto externos, que podem comprometer seu crescimento e bem-estar.



A administração adequada de vermífugos e antiparasitários deve seguir protocolos bem estabelecidos, levando em consideração a espécie, a idade e as condições ambientais em que o animal vive.


Os vermes intestinais são um problema recorrente em filhotes, pois a infecção pode ocorrer ainda no útero, por meio da placenta, ou logo após o nascimento, pelo leite materno. Entre os parasitas mais comuns em cães e gatos estão os nematódeos, como Toxocara spp. e Ancylostoma spp., e os cestódeos, como Dipylidium caninum e Taenia spp. Esses parasitas podem causar sinais clínicos variados, incluindo diarreia, vômitos, perda de peso, retardo no crescimento e, em infecções severas, quadros de anemia e desnutrição.


A primeira vermifugação geralmente ocorre entre 15 e 30 dias de vida, dependendo do protocolo adotado pelo médico veterinário. O esquema inicial normalmente inclui administrações repetidas a cada duas ou três semanas até a idade de três meses, seguidas de reforços mensais até os seis meses de idade.


Posteriormente, recomenda-se a vermifugação trimestral ou conforme orientação veterinária. Os medicamentos disponíveis no mercado variam em formulação e espectro de ação, sendo os mais utilizados os à base de pamoato de pirantel, fenbendazol, febantel e praziquantel, entre outros. O peso do filhote deve ser sempre levado em consideração para o cálculo correto da dose, evitando subdosagem, que pode não eliminar completamente os parasitas, ou superdosagem, que pode causar efeitos colaterais adversos.


Além dos vermes intestinais, os ectoparasitas, como pulgas, carrapatos e ácaros, representam uma preocupação para os filhotes, pois podem ser responsáveis por doenças dermatológicas e sistêmicas, como a anemia por infestação severa de pulgas, erliquiose e babesiose transmitidas por carrapatos, além da sarna demodécica ou sarcóptica. A aplicação de antiparasitários externos pode ser iniciada já nas primeiras semanas de vida, respeitando as recomendações específicas de cada produto.


Existem diferentes formulações disponíveis, incluindo sprays, pipetas, coleiras e comprimidos mastigáveis, sendo os princípios ativos mais utilizados a fipronila, permetrina (somente para cães), selamectina, fluralaner e afoxolaner.


Em filhotes muito jovens, o controle de ectoparasitas deve ser realizado com cautela, pois alguns princípios ativos podem ser tóxicos para animais abaixo de uma determinada idade ou peso. Nesses casos, banhos com produtos específicos e a limpeza frequente do ambiente podem auxiliar na redução da carga parasitária.


O manejo ambiental também é fundamental para evitar reinfestações, sendo essencial higienizar o local onde os filhotes permanecem, lavando regularmente caminhas, cobertores e brinquedos com produtos apropriados.


A escolha do protocolo ideal de vermifugação e controle de ectoparasitas deve sempre ser feita com orientação veterinária, levando em conta fatores como histórico clínico do animal, exames parasitológicos e risco de exposição. Além disso, filhotes que convivem com outros animais devem receber atenção especial, pois o contato direto facilita a transmissão de parasitas. Tutores devem ser informados sobre a importância da prevenção contínua e da manutenção de um calendário sanitário adequado para garantir a saúde dos filhotes desde os primeiros meses de vida.


Referências bibliográficas


  • Bowman, D. D. (2020). "Georgis' Parasitology for Veterinarians." 11th Edition. Elsevier.


  • ESCCAP (2019). "Guidelines for the Control of Intestinal Parasites in Dogs and Cats." European Scientific Counsel Companion Animal Parasites.

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