Como evitar comportamentos destrutivos em filhotes
- vetnakano

- 4 de mar.
- 3 min de leitura
Os filhotes são cheios de energia e curiosidade, o que pode levar a comportamentos destrutivos, como mordidas excessivas, ansiedade e latidos excessivos.

Esses comportamentos fazem parte do desenvolvimento natural do cão, mas precisam ser gerenciados desde cedo para evitar que se tornem problemas persistentes na vida adulta.
A mordida é um dos primeiros desafios enfrentados pelos tutores de filhotes. Durante a fase de socialização, que ocorre até cerca de 16 semanas de vida, os cães exploram o mundo com a boca. Essa fase é essencial para o aprendizado da inibição da mordida, que ocorre quando o filhote aprende a controlar a força da mordida por meio das interações com irmãos de ninhada e humanos.
Caso o filhote morda com força, a melhor estratégia é emitir um som de dor, como um "ai" agudo, e interromper a interação imediatamente. Isso ensina ao filhote que a brincadeira termina quando ele morde com muita força. Além disso, oferecer brinquedos próprios para mordida ajuda a redirecionar esse comportamento para algo adequado.
A ansiedade em filhotes pode se manifestar de várias formas, incluindo comportamentos destrutivos, vocalizações excessivas e inquietação. Muitos cães desenvolvem ansiedade por separação quando não são ensinados a lidar com a ausência do tutor de maneira gradual. Para evitar esse problema, é importante acostumar o filhote a momentos de solidão desde cedo. Isso pode ser feito deixando-o sozinho por curtos períodos e aumentando gradativamente a duração.
Além disso, proporcionar um ambiente enriquecido com brinquedos interativos e atividades mentais ajuda a manter o filhote ocupado e reduz a ansiedade. Manter uma rotina previsível de alimentação, passeios e interações também é fundamental para trazer segurança ao cão.
Os latidos excessivos podem ter várias causas, incluindo tédio, medo, alerta e frustração. Para reduzir esse comportamento, é necessário identificar a causa subjacente. Se o filhote late por tédio, aumentar a estimulação mental e física pode ser a solução. Brinquedos de enriquecimento ambiental, como os recheáveis com petiscos, são excelentes para manter o cão ocupado.
Caso o latido ocorra por medo ou insegurança, é importante expor gradualmente o filhote ao estímulo que o assusta de maneira positiva, associando-o a recompensas. O reforço positivo, por meio da recompensa quando o cão está calmo e silencioso, também é uma estratégia eficaz para ensinar um comportamento mais desejado.
O reforço positivo, aliás, é a chave para moldar um comportamento adequado nos filhotes. Em vez de punir maus comportamentos, o ideal é recompensar os comportamentos desejáveis. Se um filhote está mordendo um brinquedo ao invés de uma mão humana, elogiá-lo e oferecer um petisco reforça a ideia de que essa é a melhor escolha. O uso de punições severas pode causar medo e ansiedade, levando a problemas comportamentais mais graves no futuro.
Outro fator crucial para evitar comportamentos destrutivos é garantir que o filhote gaste energia de maneira adequada. Filhotes precisam de atividade física e mental diária. Brincadeiras, passeios, treinos curtos e interações sociais são fundamentais para manter um cão equilibrado. Cães que não recebem estímulos adequados tendem a desenvolver comportamentos indesejados por frustração e excesso de energia acumulada.
A paciência e a consistência dos tutores são fundamentais nesse processo. Ensinar um filhote a se comportar bem exige tempo e repetição. Criar um ambiente adequado, onde o cão tenha opções seguras para brincar e explorar, ajuda a minimizar os danos e proporciona uma melhor qualidade de vida tanto para o animal quanto para sua família.
Portanto, evitar comportamentos destrutivos em filhotes requer um conjunto de estratégias que incluem socialização adequada, reforço positivo, enriquecimento ambiental e treinamento consistente.
Ao estabelecer regras claras e oferecer alternativas apropriadas, os tutores garantem que o filhote cresça confiante e equilibrado, prevenindo problemas comportamentais na vida adulta.
Referências bibliográficas
Lindsay, S. R. (2000). Handbook of Applied Dog Behavior and Training. Iowa State University Press.
Overall, K. L. (2013). Manual of Clinical Behavioral Medicine for Dogs and Cats. Elsevier Health Sciences.


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