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Como evitar comportamentos destrutivos em filhotes

Os filhotes são cheios de energia e curiosidade, o que pode levar a comportamentos destrutivos, como mordidas excessivas, ansiedade e latidos excessivos.


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Esses comportamentos fazem parte do desenvolvimento natural do cão, mas precisam ser gerenciados desde cedo para evitar que se tornem problemas persistentes na vida adulta.


A mordida é um dos primeiros desafios enfrentados pelos tutores de filhotes. Durante a fase de socialização, que ocorre até cerca de 16 semanas de vida, os cães exploram o mundo com a boca. Essa fase é essencial para o aprendizado da inibição da mordida, que ocorre quando o filhote aprende a controlar a força da mordida por meio das interações com irmãos de ninhada e humanos.


Caso o filhote morda com força, a melhor estratégia é emitir um som de dor, como um "ai" agudo, e interromper a interação imediatamente. Isso ensina ao filhote que a brincadeira termina quando ele morde com muita força. Além disso, oferecer brinquedos próprios para mordida ajuda a redirecionar esse comportamento para algo adequado.


A ansiedade em filhotes pode se manifestar de várias formas, incluindo comportamentos destrutivos, vocalizações excessivas e inquietação. Muitos cães desenvolvem ansiedade por separação quando não são ensinados a lidar com a ausência do tutor de maneira gradual. Para evitar esse problema, é importante acostumar o filhote a momentos de solidão desde cedo. Isso pode ser feito deixando-o sozinho por curtos períodos e aumentando gradativamente a duração.


Além disso, proporcionar um ambiente enriquecido com brinquedos interativos e atividades mentais ajuda a manter o filhote ocupado e reduz a ansiedade. Manter uma rotina previsível de alimentação, passeios e interações também é fundamental para trazer segurança ao cão.


Os latidos excessivos podem ter várias causas, incluindo tédio, medo, alerta e frustração. Para reduzir esse comportamento, é necessário identificar a causa subjacente. Se o filhote late por tédio, aumentar a estimulação mental e física pode ser a solução. Brinquedos de enriquecimento ambiental, como os recheáveis com petiscos, são excelentes para manter o cão ocupado.


Caso o latido ocorra por medo ou insegurança, é importante expor gradualmente o filhote ao estímulo que o assusta de maneira positiva, associando-o a recompensas. O reforço positivo, por meio da recompensa quando o cão está calmo e silencioso, também é uma estratégia eficaz para ensinar um comportamento mais desejado.


O reforço positivo, aliás, é a chave para moldar um comportamento adequado nos filhotes. Em vez de punir maus comportamentos, o ideal é recompensar os comportamentos desejáveis. Se um filhote está mordendo um brinquedo ao invés de uma mão humana, elogiá-lo e oferecer um petisco reforça a ideia de que essa é a melhor escolha. O uso de punições severas pode causar medo e ansiedade, levando a problemas comportamentais mais graves no futuro.


Outro fator crucial para evitar comportamentos destrutivos é garantir que o filhote gaste energia de maneira adequada. Filhotes precisam de atividade física e mental diária. Brincadeiras, passeios, treinos curtos e interações sociais são fundamentais para manter um cão equilibrado. Cães que não recebem estímulos adequados tendem a desenvolver comportamentos indesejados por frustração e excesso de energia acumulada.


A paciência e a consistência dos tutores são fundamentais nesse processo. Ensinar um filhote a se comportar bem exige tempo e repetição. Criar um ambiente adequado, onde o cão tenha opções seguras para brincar e explorar, ajuda a minimizar os danos e proporciona uma melhor qualidade de vida tanto para o animal quanto para sua família.


Portanto, evitar comportamentos destrutivos em filhotes requer um conjunto de estratégias que incluem socialização adequada, reforço positivo, enriquecimento ambiental e treinamento consistente.


Ao estabelecer regras claras e oferecer alternativas apropriadas, os tutores garantem que o filhote cresça confiante e equilibrado, prevenindo problemas comportamentais na vida adulta.

Referências bibliográficas

  • Lindsay, S. R. (2000). Handbook of Applied Dog Behavior and Training. Iowa State University Press.

  • Overall, K. L. (2013). Manual of Clinical Behavioral Medicine for Dogs and Cats. Elsevier Health Sciences.

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