top of page

Os erros mais comuns que tutores cometem ao cuidar de um filhote (e como evitá-los)

Os filhotes de cães são adoráveis, mas também exigem cuidados específicos para garantir um desenvolvimento saudável e equilibrado. Muitos tutores, por falta de conhecimento ou por seguirem informações equivocadas, acabam cometendo erros que podem comprometer a saúde física e emocional do animal. Desde a alimentação inadequada até a socialização deficiente, esses equívocos podem ter consequências ao longo de toda a vida do pet. Compreender esses desafios e saber como evitá-los é essencial para oferecer ao filhote uma base sólida para uma vida longa e feliz.

ree

Um dos erros mais comuns está relacionado à alimentação. Muitos tutores acreditam que a dieta caseira é a melhor opção para um filhote, oferecendo restos de comida ou alimentos preparados sem a devida orientação nutricional. No entanto, cães possuem necessidades alimentares específicas, e uma alimentação inadequada pode levar a deficiências nutricionais graves.


O ideal é fornecer uma ração balanceada, formulada para filhotes, que atenda às exigências nutricionais dessa fase de crescimento acelerado. Além disso, a introdução de petiscos e alimentos humanos deve ser feita com cautela, evitando itens tóxicos como chocolate, cebola, uvas e alimentos gordurosos.


Outro problema frequente é a falta de disciplina no estabelecimento de uma rotina. Muitos tutores permitem que o filhote desenvolva maus hábitos, como morder móveis e objetos, urinar em locais inadequados e pular nas pessoas.


Como filhotes são extremamente receptivos ao aprendizado, a fase inicial da vida é crucial para estabelecer limites e ensinar comandos básicos. O uso do reforço positivo, como elogios e petiscos para recompensar bons comportamentos, é uma estratégia eficaz. A consistência na educação do filhote é essencial para evitar problemas de comportamento futuros.

A socialização deficiente também é um equívoco recorrente.


Alguns tutores mantêm o filhote isolado, sem contato com outros cães, pessoas ou diferentes ambientes, por medo de doenças ou acidentes. Embora seja fundamental garantir a segurança do pet, a falta de socialização pode resultar em um cão medroso, agressivo ou ansioso. O período crítico para a socialização ocorre entre três e quatorze semanas de idade, e é nesse momento que o filhote deve ser exposto, de maneira controlada e positiva, a uma variedade de experiências.


Levar o animal para passeios curtos, apresentá-lo a outros cães saudáveis e permitir interações com pessoas diferentes são formas de garantir que ele se torne um adulto equilibrado e confiante.


Os erros na vacinação e vermifugação são outro fator de preocupação. Alguns tutores negligenciam ou atrasam o protocolo vacinal, expondo o filhote a doenças graves como cinomose e parvovirose. Outros confiam em fontes não especializadas e deixam de realizar a vermifugação adequada.


É imprescindível seguir rigorosamente as orientações do médico veterinário, respeitando o calendário de vacinação e controle de parasitas. Esses cuidados são essenciais para garantir que o filhote cresça saudável e protegido contra agentes infecciosos.


O manejo inadequado da higiene também pode comprometer a saúde do filhote. Alguns tutores dão banhos excessivos ou utilizam produtos inadequados, o que pode causar irritações na pele e desequilíbrios na flora natural do animal. Por outro lado, a falta de escovação dos pelos e da limpeza das orelhas pode levar a problemas dermatológicos e infecções.


O ideal é utilizar produtos específicos para filhotes e manter uma frequência de banhos moderada, além de escovar os pelos regularmente e realizar a higiene auricular conforme a necessidade da raça.


A negligência com o enriquecimento ambiental é outro fator que impacta negativamente o desenvolvimento do filhote. Muitos tutores não oferecem estímulos suficientes, deixando o animal entediado e propenso a desenvolver comportamentos destrutivos. Brinquedos interativos, passeios diários e momentos de brincadeira com os tutores são fundamentais para garantir um desenvolvimento cognitivo saudável e evitar problemas como ansiedade e estresse. Além disso, a introdução de desafios, como brinquedos recheáveis e jogos de busca, ajuda a manter o filhote mentalmente estimulado.


A transição para o novo lar também pode ser um momento crítico. Filhotes que são retirados precocemente da mãe e dos irmãos podem desenvolver problemas comportamentais, pois perdem a oportunidade de aprender limites sociais e controle da mordida. O ideal é que o desmame ocorra por volta das oito semanas de vida, garantindo que o filhote tenha passado pelo período necessário de aprendizado com a ninhada. Além disso, ao chegar à nova casa, o tutor deve proporcionar um ambiente acolhedor e seguro, respeitando o tempo do filhote para se adaptar.


Outro erro comum ocorre na hora de passear com o filhote. Muitos tutores não respeitam as limitações físicas do animal e acabam forçando exercícios inadequados. Filhotes ainda estão em fase de desenvolvimento ósseo e muscular, e atividades de alto impacto, como corridas prolongadas e saltos excessivos, podem prejudicar o crescimento e causar problemas ortopédicos no futuro. O ideal é que os passeios sejam curtos e realizados de maneira progressiva, respeitando sempre o ritmo do filhote.


A castração precoce sem avaliação adequada também pode trazer riscos. Embora a castração tenha inúmeros benefícios, como a prevenção de doenças e o controle populacional, a decisão sobre o momento ideal deve ser feita com base em fatores individuais, como raça e porte do animal. Algumas pesquisas sugerem que castrar muito cedo pode influenciar negativamente o desenvolvimento ósseo e aumentar a predisposição a certas doenças ortopédicas. Por isso, é fundamental discutir o assunto com um médico veterinário antes de tomar essa decisão.


Para garantir que um filhote tenha um desenvolvimento saudável e equilibrado, os tutores precisam buscar informação de qualidade e estar atentos às necessidades do pet em cada fase da vida. Evitar erros comuns, como uma alimentação inadequada, a falta de socialização, o descuido com a vacinação e a ausência de estímulos, pode fazer toda a diferença na vida do animal. Com os cuidados certos desde cedo, o filhote crescerá forte, equilibrado e feliz, proporcionando anos de companhia e alegria para sua família.

Referências Bibliográficas

  • HORWITZ, Debra F.; MILLS, Daniel S. BSAVA Manual of Canine and Feline Behavioural Medicine. 2ª edição. British Small Animal Veterinary Association, 2010.

  • SCOTT, John P.; FULLER, John L. Genetics and the Social Behavior of the Dog. University of Chicago Press, 1965.

Comentários


bottom of page